Tabagismo

Mais de 90% dos brasileiros disseram não ao cigarro

Segundo o Ministério da Saúde, houve redução de 40% no índice de tabagismo no país de 2006 a 2018

e sua resposta for sim para o hábito de fumar, você faz parte da minoria no Brasil. Nos últimos 12 anos, segundo o Ministério da Saúde, houve redução de 40% no índice de tabagismo do país. No mais recente estudo promovido pela pasta, em 2018, 9,3% dos entrevistados se declararam fumantes. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (31/05/2019), Dia Mundial sem Tabaco.

Os dados são do Vigitel, estudo desenvolvido por pesquisadores das universidades de São Paulo (USP) e Federal de Minas Gerais (UFMG), com técnicos da Secretaria de Vigilância em Saúde do ministério. Na pesquisa de 2018, foram ouvidas, por telefone, 52.395 pessoas maiores de 18 anos, em todas as capitais e no Distrito Federal.

De acordo com o material deste ano, os menos escolarizados são os que mais fumam. Entre os que possuem até oito anos de escolaridade, a frequência é de 13%. Já entre os que possuem 12 anos ou mais de estudo, o percentual é de 6,2%.

No geral, os homens (12,1%) fumam mais que as mulheres (6,9%). Os que menos fumam são adultos jovens, abaixo dos 25 anos, e adultos a partir de 65 anos. A maior prevalência de fumantes é registrada entre pessoas com idades de 55 a 64 anos (12,3%).

Perdas e danos

A psiquiatra Maria Celia Vitor de Souza, especialista em tratamento de dependência de álcool, tabaco e outras drogas, atribui a diminuição a ações desenvolvidas pelo governo brasileiro e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A médica destaca que o próprio Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento para o tabagismo nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

Apesar da redução, o alerta continua. Quem faz uso de cigarros diariamente já tem um padrão dependência. De acordo com Maria Celia de Souza, o tabaco ainda é o principal causador de mortes preveníveis e deve ser combatido. Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) indicam que tabagismo mata 428 pessoas por dia no Brasil. Ao todo, 156.216 mortes decorrentes do câncer poderiam ser evitadas todos os anos sem uso do cigarro.

As capitais com maior prevalência de fumantes (veja abaixo) são: Porto Alegre (14,4%), São Paulo (12,5%) e Curitiba (11,4%). As de menor concentração são: Salvador (4,8%), São Luís (4,8%) e Belém (4,9%). O Distrito Federal tem 8,3% de fumantes entre os entrevistados.

“Tivemos uma redução interessante, mas 22 milhões de pessoas ainda são tabagistas. O tabagismo é uma doença crônica. Quem está com dificuldade de parar, precisa buscar ajuda”, afirmou.

A especialista lembrou que, nesse cenário, a indústria tenta se reinventar e buscar atrativos, como cigarros eletrônicos, para alcançar novos públicos. “O que é importante é que o país faça uma campanha ampla e preventiva. Precisa ter campanhas nas escolas, para os pais e também fomentando o tratamento”, avaliou.

Diminuição de tributos

O governo federal estuda diminuir os tributos sobre os cigarros produzidos no país. Se a medida for adiante, o produto ficará mais barato no território nacional, com o objetivo de diminuir o contrabando e, consequentemente, diminuir os riscos à população consumidora.

Uma das preocupações será a de avaliar se a diminuição da taxa pode, de fato, evitar o consumo da mercadoria estrangeira ou se aumentaria a procura pelo tabaco no Brasil.

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