Nas semanas que antecedem o carnaval, é comum aparecer na imprensa operações policiais apreendendo uma grande quantidade de drogas. Esse comércio se movimenta com a proximidade do evento nas regiões onde ocorrem maior aglomeração de pessoas. Muitas drogas são comercializadas durante o evento, porém, algumas delas merecem destaque, como veremos a seguir.
A matéria a seguir foi retirada do portal ListaMédicos.com.br.
Na busca de intensificar a “viagem” de uma festa, carnaval ou show de rock, algumas pessoas acabam usando drogas ilícitas como o álcool, maconha, a cocaína, o ácido e o extacsy. Na euforia, alguns abusam na dose, aumentando a chance de que a aventura nem sempre acabe bem. Veja como as substâncias mais consumidas nessas ocasiões agem no organismo e conheça os prejuízos que acarretam à saúde, segundo Marcelo Fernandes, psiquiatra da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Maconha
Algumas tragadas num cigarro de maconha (Cannabis sativa) e a sensação de euforia toma conta do cérebro. O responsável por esse efeito, que pode durar até 4 horas, é o THC (tetrahidrocanabinol) – principal componente da erva. Quando entra no cérebro, essa substância toma conta de receptores da molécula anandamida, que têm estrutura semelhante ao do THC, modificando-os temporariamente. São provocadas alterações psíquicas como distorção na percepção do tempo e do espaço e hilaridade (riso fácil), além da diminuição de reflexos e do controle sobre a coordenação motora. Em pessoas vulneráveis podem ocorrer quadros de ansiedade. Os efeitos físicos são boca seca, olhos vermelhos e freqüência cardíaca acelerada. Passado o efeito da droga, é comum a pessoa sentir cansaço e muita fome. O uso diário e por meses seguidos resulta em desmotivação, depressão, queda de rendimento nas atividades diárias e baixa auto-estima.
Porém, esses sintomas tendem a desaparecer se o usuário parar de fumar, sem sofrer fisicamente com a abstinência. Há comprovações científicas que a maconha pode causar problemas respiratórios, infertilidade e câncer nos pulmões.
Cocaína
Um minuto após ser inspirada, provoca sensações de euforia e agitação psicomotora, fazendo com que a pessoa fale muito e se movimente sem parar. Isso porque a droga tem o poder de incrementar os níveis de adrenalina, aumentando a pressão sanguínea e a freqüência cardíaca; estimular a produção de serotonina, despertando prazer e serenidade; e irrigar o centro de prazer do cérebro com o neurotransmissor dopamina. Em condições normais, a dopamina é liberada e reabsorvida nos neurônios. Com o uso da cocaína esse mecanismo pode ser alterado havendo deficiência de dopamina, provocando quadros depressivos importantes. Outros riscos: quadros psicóticos, paranoia e ansiedade intensa. A droga ainda destrói a cartilagem do nariz e causa problemas cardíacos. Na abstinência, aparecem ansiedade, tristeza, apatia, anorexia, insônia e agressividade. Os efeitos da cocaína atingem o pico em 20 minutos e não duram mais que uma hora, fazendo com que o usuário volte a inspirá-la seguidamente, correndo o risco de ultrapassar seu limite e morrer por fadiga ou ataque cardíaco.
Ácido
Sintetizado em laboratório, é o alucinógeno mais poderoso criado pelo homem. Uma lambida num pequeno pedaço de papel, conduz a “viagens” que podem durar de 3 a 12 horas, com efeitos imprevisíveis. O ácido, como é chamado o LSD (dietilamida de ácido lisérgico), tem a estrutura muito parecida com a do neurotransmissor serotonina, que atua no humor e na percepção. Tem o poder de aumentar a informação sensorial emitida para o cérebro, ao mesmo tempo em que interrompe o caminho da serotonina. Por isso, ocorrem sensações confusas, como a de “ver” sons ou “ouvir” cheiros. Ao contrário das outras drogas, o LSD não causa dependência, mas oferece o risco de flashback – meses depois da primeira viagem, o ususário pode ser surpreendido por alucinações mesmo sem voltar a usar a droga. Ela também provoca taquicardia e um aumento na pressão sangúínea, que podem ser fatais para quem tem problemas cardíacos.
Ecstasy
Conhecido como o comprimido do amor, faz com que uma sensação de bem-estar substitua o medo e a insegurança – efeitos que podem durar de 4 a 6 horas. Os cinco sentidos ficam aguçados, especialmente o tato, fazendo com que o usuário tenha vontade de interagir com outras pessoas. Seu princípio ativo é a metilenodioximetanfetamina, ou MDMA, uma espécie de prima das anfetaminas e do LSD. Com isso, a droga age sobre a dopamina e a serotonina, promovendo prazer, além de relaxar os músculos e eliminar a dor e o cansaço. A ação excessiva desses neurotransmissores, entretanto, sobrecarrega o organismo causando superaquecimento e desidratação – é uma droga que não pode ser misturada com bebida alcoólica, apenas muita água. Também pode provocar convulsões, insuficiências renais e até uma parada cardíaca. Não há comprovações de que cause dependência, mas seu uso contínuo pode provocar ansiedade, depressão, insônia, ataques de pânico, paranoias e psicoses. Sintomas que podem ir se tornando permanentes, porque com o tempo o cérebro perde sua capacidade natural de fabricar serotonina.
Álcool
Os efeitos do álcool no organismo humano podem ocorrer em muitas partes do corpo, como fígado ou até mesmo nos músculos ou pele. A duração dos efeitos do álcool no organismo está relacionada com o tempo que o fígado demora a metabolizar o álcool. Em média, o corpo leva 1 hora para metabolizar apenas 1 lata de cerveja, por isso se o indivíduo tiver bebido 8 latas de cerveja, o álcool estará presente no organismo por, pelo menos, 8 horas. Dependendo da quantidade ingerida e da condição física do indivíduo, os efeitos imediatos do álcool no organismo podem ser fala arrastada, sonolência, vômitos, visão e audição alteradas, alteração na capacidade de raciocínio.
O coma alcoólico acontece quando a pessoa fica inconsciente devido aos efeitos do excesso de álcool no organismo. Geralmente, ele ocorre quando se bebe descontroladamente, ultrapassando a capacidade do fígado de metabolizar o álcool, o que leva à intoxicação do cérebro e de diversos órgãos do corpo. Esta condição é considerada um estado grave, e caso não seja rapidamente tratada, pode levar à morte, devido à diminuição da capacidade respiratória, lentificação dos batimentos cardíacos, além de queda dos níveis de glicose no sangue ou outras complicações como desenvolvimento de arritmias, por exemplo.
Créditos: TuaSaúde e ListaMédicos