A Diretoria de Vigilância Sanitária (Divisa) do Distrito Federal vistoriou 123 estabelecimentos que comercializam narguilé. Entre eles, 26 foram autuados e oito acabaram interditados por não cumprir as normas de segurança.
As ações de fiscalização ocorreram em agosto, mês do Dia Nacional de Combate ao Fumo (29/8). Entre as principais irregularidades estão a permissão ao uso em ambientes fechados, ou parcialmente fechados, aglomerações e uso em condições insalubres.
Os fiscais também identificaram funcionários expostos ao risco de contaminação, por estarem trabalhando diariamente em ambientes fechados e insalubres. Dois dos locais multados eram reincidentes, tendo sido interditados três vezes consecutivas.
Um dos responsáveis chegou a ser encaminhado à delegacia de polícia por atentado à saúde pública, podendo pagar multa de até R$ 20 mil. No DF, quem for autuado pode ter a licença de funcionamento suspensa enquanto durar o estado de calamidade pública gerado pela pandemia do coronavírus no DF. O estabelecimento pode ser interditado total ou parcialmente.
Segundo a Divisa, o objetivo das ações foi chamar a atenção para o impacto negativo que o tabaco e a exposição ao fumo passivo têm sobre a saúde, bem como adequar e conscientizar os proprietários de estabelecimentos que comercializam produtos do tipo.
O órgão alerta para os perigos do narguilé, especialmente em meio aos riscos da covid-19, uma vez que a piteira do produto costuma ser compartilhada. A utilização dessa forma favorece as chances de infecção do vírus.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) define o Narguilé como um dispositivo para fumar, originário da Índia, no qual uma mistura de tabaco é aquecida e a fumaça gerada passa por um filtro de água antes de ser aspirada pelo fumante, por meio de uma longa mangueira.
O órgão explica que o narguilé contém compostos tóxicos e cancerígenos, assim como cigarros e outros derivados do tabaco, e que a exposição a esses compostos é maior, uma vez que uma rodada de fumo pode levar cerca de 45 minutos.