Um alcoolista pode apresentar dificuldades emocionais, fragilidade egoica, dificuldade em manter a autoestima. O álcool pode servir como um substitutivo (ainda que bastante ineficaz) de estruturas emocionais deficitárias na tentativa de restaurar a autoestima e a harmonia interna.
Assim sendo, o tratamento do alcoolismo necessariamente deve contar com a sensibilidade e acuidade técnica do profissional de saúde em criar uma condição favorável de desenvolvimento de recursos internos mais sofisticados, que permita ao paciente lidar e elaborar de uma forma diferente as experiências que vive, ter uma melhor relação consigo mesmo e com sua vida.
A abstinência, mais do que uma meta, pode vir a ser uma consequência deste trabalho. E, se assim for, ela é construída de uma forma mais estruturada, estável e consistente.
A Clínica Quinta do Sol possui uma equipe completa e experiente para atender o paciente com a máxima dedicação. Além de uma estrutura adequada para o tratamento do alcoolismo, bem como outras dependência químicas e não químicas.
Módulos de tratamento para dependentes de álcool
Nesta modalidade de tratamento de dependência química, o paciente fica internado na clínica, hospedado em nossas instalações. Recebe toda hospitalidade necessária, usufrui de toda a programação de atividades desenvolvida por nossa equipe, que está sempre à disposição para oferecer um tratamento adequado às suas necessidades.
Nesta modalidade de tratamento, o paciente fica na clínica apenas uma parte do dia, sem a necessidade de ficar hospedado. Usualmente, o horário da clínica dia é das 08:00 às 17:45. Ele usufrui de toda a programação de atividades diurnas desenvolvida por nossa equipe, para um tratamento de dependência química adequado às suas necessidades.
Nestes esquemas de tratamento do alcoolismo, o paciente usufrui toda programação de atividades realizada por nossa equipe multidisciplinar que visam o desenvolvimento de habilidades, potencialidades, recursos emocionais muitas vezes inibidos no processo da dependência. Entre as atividades, destacam-se:
- Psicoterapia de grupo 7 dias por semana
- Possibilidade de contatos psicológicos individuais com a equipe de apoio 24 horas por dia
- Acompanhamento médico clínico, psiquiátrico e possibilidade de interconsultas para outras demandas
- Atendimento de enfermagem 24 horas por dia
- Seminários teóricos
- Dinâmicas de grupo
- Abordagem Motivacional
- Compreensão e Manejo dinâmicos da DQ
- Prevenção de Recaída
- Programa para Tabagismo
- Atividade física com Educador Físico especialista em DQ
- Atividades manuais
- Programa de voluntariado
- Atendimento para famílias em reuniões individuais e em grupo
- Grupos de Mútua Ajuda: AA, NA, Al-anon e Alateen
Saiba mais sobre o alcoolismo
O uso nocivo de álcool é relatado na história da humanidade há milênios. Houve, contudo, uma série de transformações acerca da compreensão dos processos mentais que favorecem o desenvolvimento de uma dependência.
Uma das primeiras visões do problema do alcoolismo foi o modelo moral, nutrido e sustentado especialmente pela igreja medieval e pensadores como o filósofo Aristóteles.
Considerava-se que o beber excessivo era um pecado, praticado por livre vontade do bebedor e este estaria sujeito a sanções e punições pelo seu mal comportamento e afronta social.
Infelizmente ainda hoje encontramos legados deste modelo e uma crença errônea de que o beber excessivo é apenas uma questão de falta de vontade do bebedor em parar de beber.
Em 1804, um médico de Edimburgo, Thomas Trotter, afirmou que “o hábito de se embriagar é uma doença da mente” . E um novo espaço para o entendimento do alcoolismo foi se abrindo, em detrimento do inepto modelo moral. Conseguimos compreender melhor os efeitos orgânicos do uso nocivo do álcool e a medicina qualificou o alcoolismo como uma doença, incluída no Código Internacional de Doenças em 1967.
O mundialmente conhecido grupo de mútua-ajuda Alcóolicos Anônimos, fundado em 1933, secunda com o modelo de doença do abuso de álcool. O AA preconiza em seu programa a atenção a necessidades emocionais que podem servir como facilitadores de mudanças de estrutura de personalidade do indivíduo e a consequente construção da abstinência.
Os membros de AA afirmam : “eu não sou culpado pela minha doença, mas responsável pela minha recuperação”, mostrando a força ativa do sujeito (ainda que com a união do grupo) em sua recuperação.
Como aponta Gabbard : “o alcoolismo não é uma entidade monolítica (…), podemos mais adequadamente nos referir aos “alcoolismos””, nos mostrando que não há uma única etiologia e sim uma grande heterogeneidade neste transtorno. Podemos pensar que este problema pode se desenvolver dependendo da interação de fatores múltiplos, tais como fragilidades estruturais do funcionamento emocional, predisposições genéticas, influências familiares, aspectos culturais e outros possíveis riscos ambientais.