Drogas Lícitas

Automedicação pode provocar dependência química: conheça outros riscos

O Conselho Federal de Farmácia (CFF) realizou, este ano, uma pesquisa, por meio do Instituto Datafolha, e constatou que a automedicação é um hábito comum para 77% dos brasileiros. Esse é o percentual de pessoas que fizeram uso de medicamentos por conta própria nos últimos seis meses. O hábito, apesar de ser visto como normal, pode ser perigoso, como afirma Marineide Borges, farmacêutica do Hospital Federal da Lagoa:

— Existe um risco porque o remédio é uma droga lícita. Seu uso deve ter acompanhamento de um profissional e um período determinado. O uso contínuo e sem orientação pode trazer problemas de saúde e até dependência química.

O levantamento apontou que os tipos de remédios mais usados para a automedicação são os analgésicos e antitérmicos. O uso em excesso dessas medicações sem a indicação médica pode alterar o resultado do próprio remédio.

— Existe algo que chamamos de interação medicamentosa, que ocorre quando o efeito do remédio é alterado por causa de outra medicação, alimento ou bebida. É o que acontece quando um paciente toma um anti-inflamatório e um antiácido, por exemplo. Essa combinação dificulta a absorção do anti-inflamatório pelo organismo — explica Luiz Ferro, farmacêutico do Hospital Federal do Andaraí.

De acordo com os especialistas, os remédios foram idealizados para serem tomados com água. Por isso, é contraindicado o uso de leite para administrar uma medicação.

— Alguns tipos de antibióticos perdem o efeito diante da presença de cálcio. Esse é um tipo de recomendação que deve ser dada no momento da prescrição, assim como a indicação de dosagem e tempo de espera entre as doses — afirma Luiz.

Use de maneira segura

  • Utilize apenas medicamentos prescritos por profissionais de saúde;
  • Siga as instruções de uso e horários das medicações conforme a receita;
  • Evite acumular medicamentos em casa para automedicação;
  • Armazene separadamente os remédios de adultos e crianças para evitar erros;
  • Oriente e acompanhe crianças na ingestão de remédios;
  • Acompanhe idosos na ingestão de remédios;
  • Em caso de reações adversas e ou intoxicação busque ajuda na unidade de saúde mais próxima.

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